África Digital: Potencial de inovação e oportunidades no crescente mercado tecnológico

O continente Africano há anos vem reforçando o seu posicionamento digital. Apresentando um enorme potencial e um grande centro de investimentos. A implementação das facilidades da internet em negócios locais está gerando não só uma melhoria social mas uma perspectiva de futuras parcerias com potências do mercado Digital. 

Dr. David R. Dean, membro da iniciativa “The Future of the Internet” (O Futuro da Internet) do Fórum Econômico Mundial e Consultor executivo para o Boston Consulting Group em Levando a Internet a todos os africanos, destaca países africanos que de forma mais incisiva ou menos implementam a internet para desenvolver a economia.

Ele observa que: “As transações financeiras móveis correspondem a aproximadamente 50% do PIB no Quênia e na Tanzânia. O serviço de táxi Safemotos em Ruanda utiliza motocicletas equipadas com sensores conectados a um aplicativo de smartphone para permitir que os clientes escolham motoristas cuidadosos, enquanto o Sendy, no Quênia, usa um aplicativo estilo Uber para fornecer serviços de entrega por moto. O Jumia, da Nigéria, oferece serviços de comércio eletrônico semelhante à Amazon em 10 países africanos, e a plataforma de peças artesanais do Marrocos, a Anou, ajuda os artesãos a vender seus produtos, geralmente para o exterior.”

O M-Pesa, é um dos exemplos mais notáveis de como a inovação tecnológica pode transformar uma economia. Lançado no Quênia em 2007, o M-Pesa se expandiu para outros países africanos, oferecendo uma solução simples para a falta de acesso a serviços bancários. Hoje, outras plataformas de mobile banking estão emergindo nos demais países africanos, cada uma adaptando-se às necessidades de suas regiões. 

Para entender como posicionar negócios e gerar capital dentro destas economias é necessário uma análise prévia das taxas de penetração de internet em cada uma destas regiões africanas. Os relatórios anuais da internet em África desenvolvidos pela DATAREPORTAL são ótimos guias nesta procura.  

A análise destes dados leva-nos a um ato lógico imediato que é o da comparação, e comparar o desenvolvimento a nível digital da África com outras regiões permite entender os desafios que-se pode enfrentar ao implementar projetos tecnológicos nestes territórios. Um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial mostra que apenas uma em cada cinco pessoas na África subsariana usa a internet, índice bem abaixo da média global, mas, em meio a estas adversidade alguns países já possuem estruturas firmes, caso do Parque Tecnológico Arquipélago Digital de Cabo Verde – TechPark.CV que consiste no primeiro Parque de Tecnologia de Cabo Verde e sub-região da costa oeste da África. 

O custo da internet em África permanece um dos mais altos do mundo, especialmente quando comparado a outras regiões em desenvolvimento. O alto custo de dados móveis e a falta de acesso à internet banda larga acessível são desafios significativos. Contudo, soluções tecnológicas inovadoras como o uso de satélites de baixa órbita para fornecer internet acessível, pode transformar o panorama africano.

Um caso prático é o investimento da Starlink que foi lançada em seis países africanos: Zâmbia, Moçambique, Ruanda, Maurícias, Serra Leoa e Nigéria, gerando internet de alta qualidade, rápida e a baixo custo em comparação a outros serviços de internet nestas regiões. 

O crescimento e desenvolvimento das competências da internet em África, vem sendo impulsionado por inovações tecnológicas locais e parcerias público-privadas estratégicas com países e empresas já posicionadas no mercado digital, desenvolvendo um outro mercado dinâmico e cheio de oportunidades.

Para investidores internacionais a África oferece não apenas um mercado crescente e fértil, mas também a chance de participar na construção de uma infraestrutura digital que poderá transformar países nas próximas décadas.